Bertioga – Floripa – Torres – Joinville – fazendo o balanço de final de ano em cima da moto
Antes tarde que mais tarde 🙂
Pois então, final do ano de 2008 estava chegando e eu louco para colocar a Flicka na estrada e encontrar com os amigos, então no dia 11 de Dezembro parti para o 2° Natal das Sombras, encontro organizado pelo pessoal da Lista Shadow facção Sul. O local o belo balneário de Torres, e como diria o Diabolin, bem na divisa do Rio Grande do Sul com o Brasil. Um rolezinho de 3000 km.
Tudo certo, moto com óleo trocado, corrente esticada e lubrificada, alforges cheios, e um lindo bilhete da amada desejando boa viagem…
Parti de C.U. sozinho com destino a Bertiágua,
Morro do Macaco Grande, moradia do grande amigo Tiozinho, quer dizer Pilão, onde seria a primeira parada e ponto de encontro com o Gigante Coelho.
Muito papo e muitas risadas depois e já era hora de dormir, quer dizer de dar uma deitadinha.
6 da madrugada eu e o Coelho prontos para pegar estrada, que prometia ser bem molhada, toma café na padoca, põe capa de chuva abastece e rumo a Floripa num tiro direto de 800 e poucos km.
Motocar com o Coelho é moleza, motoqueiro experiente, muito rodado, então não tem “Xabú”, quando se acelera forte, lá está ele, quando é para ir devagar, não tem problema que o bichinho reduz, na chuva sempre com cautela, no seco acelera que tá longe…
O momento talvez não fosse o ideal para descer para Santa Catarina que sofria com as enchentes devido as fortes e incansáveis chuvas deixando milhares de pessoas desabrigadas e várias estradas interditadas, inclusive com rumores de bloqueio na BR 101, e de fato ela estava.
Chegamos em Floripa final do dia, as 18:00 para ser preciso, e eu como um apaixonado por Florianópolis curti ao extremo a chegada na Ilha da Magia, com direito a paradinha no mirante da Lagoa para constatar o quanto aquilo ali é bonito.
Floripa virou terra de muitos amigos, e fica quase impossível em apenas algumas horas encontrar com todos, então jogamos a âncora na casa do Blues e de lá partimos para os quase infinitos bares onde encontramos depois com o Valnei e o Doc, que nos obrigou a dormir na casa dele.
A noite uma super balada no John Bull, com um pink Floyd cover sensacional que nos fez esquecer do tempo e no final acabamos indo dormir ao sol nascer.
Com essa noitada saímos tarde de Floripa e agora com o Doc somado ao bonde. Iraquiano dos legítimos, na primeira parada o cara confessou que chorou 3 vezes dentro do capacete :
1° por estar puxando o bonde nos conduzindo para a terra querida
2° por ser Sábado, e todo Sábado é dia de estar na Estrada
3° por ser Iraquiano mesmo… 🙂
Bem nem precisa falar chegamos em Torres para lá de atrasados, e a festa já estava para lá de começada, quanta cachaça… quer dizer quanta alegria.
Poxa como foi sensacional ficar ali (poucas horas eu sei) com os amigos do Sul, Iraide, Edegar, Jorge, Helo, Xuxucrutz e Edna, Ale, Mazzorana e família, Diabolin e a linda Lika, Membro e Anelise, o figuraça do Boneli, Marcião tenerê, Daisson e Jane, o ogro do Ogro, churrasqueiro, quer dizer assador dos bons até, conheci ao vivo o Landão e esposa, o Hamper com seu forte abraço, e ainda não conseguimos encontrar o Pirex e o Tara, ambos com alvará vencido, mas fica a promessa.
Foi demais mesmo.
Dia seguinte, os bondes partem, e eu decido seguir agora em careira solo. Era hora de refletir sobre o ano, momento de introspecção mesmo e para isso nada melhor que caminhos não percorridos, estradas a serem desveladas aos meus olhos. Caminhos que muitos já disseram ser de grande beleza mas que só vivendo para saber, e vou falar, lá a coisa é linda mesmo, seu nome: Rota do Sol.
Que coisa linda, o sul é todo florido, isso é sabido, e também muito arrumadinho, desde a casa mais simples até as belas casas sedes de grandes fazendas, tudo é arrumado, tudo é bem pintado, tudo é colorido e eu nessa contemplação só curtindo cada cantinho e do nada aparece lá no alto um pedacinho da Rota do Sol e eu nem imaginava o que estava por vir.
A Rota do Sol surpreende, ela não chega a ser uma Serra do Rio do Rastro, mas impressiona pela altura que se alcança em poucos quilômetros, e quase chegando no topo um túnel que faz 3 ou 4 curvas, lembrando uma montanha russa às escuras… que tesão. Acabei indo e voltando umas duas vezes… 😛
Meu destino para aquele dia era São Bento do sul, pois no dia seguinte (uma segundona braba) tinha uma reunião de trabalho em Joinville. Para isso segui depois pela BR 116.
A Br116 estava completamente atípica. Vazia, quase que exclusiva, dando uma sensação de independecia incrível, tornando a viagem sensacional. Ali foi o momento de relembrar de todos da festa, relembrar as bobagens e ficar rindo dentro do capacete. Desejei em muito que os amigos estivessem comigo rodando por aquelas bandas naquele momento.
Cheguei em São Bento do Sul no começo da noite e com um frio inacreditável, mas com o corpo e alma para lá de fervendo de alegria.
Como disse, segunda era dia de trampo – é a máxima do Tiozinho: para se ter isso precisamos daquilo. Mas nem tudo era ruim, pois para ir de São Bento à Joinville só há um caminho : A Serra da dona Chica.
Uma serrinha muito gostosa e como disse, a muito tempo queria motocar por ela, e a hora era agora. Uma delícia e para variar a noite mais festa, agora com os amigos do trabalho.
Como era de se esperar, com a queda de temperatura, vieram as chuvas e Joinville acordou debaixo de muita água, para fazer uma analogia, imagine um chuveiro aberto… era assim, mas com a minha super nova capa de chuva não tinha nada a temer… Montei no cavalo de aço as 10 da manhã e exatamente as 8 da noite cruzávamos, eu e a Flicka, o portão de casa.
Foi tudo perfeito. O roteiro, os encontros com os amigos, as cervejas geladas, rever Floripa, conhecer novas estradas, ficar com o galerão, depois ficar sozinho, e por fim retornar aos braços da amada.
Abraços
Seo Craudio
p.s – ainda falta baixar muitas fotos…